segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Preconceito em Jundiaí :-(

Muitas foram as historias engraçadas com a komboza mas nem todas foram gargalhadas, algumas e hoje vou contar uma delas foi de preconceito e humilhação.
Era final de ano e estávamos indo doar algumas roupas, brinquedos e alguns utensílios que havíamos arrecadado. 
Estávamos em quatro dentro da kombi, o Adriano, o Arley, um grande amigo nosso), o Dudu (nosso cachorrinho) e eu. 
Precisamos parar no meio do caminho para pegar o boletim de notas da Stefani(minha cunhadinha querida que na época morava com a gente) ali no Colégio Santa Felicidade, no Jardim Campos Elísios. Assim que fomos sair da escola a komboza já não pegava mais.
Aproveitamos a descida do bairro para tentar pegar no tranco, mas nada. Então empurramos até uma arvore, ligamos para o Alvaro, mais conhecido como Micrão, para ver se ele poderia vir nos rebocar com a caminhonete dele. Ele sempre muito prestativo disse sim na hora, só que detalhe, ele estava em São Paulo, ou seja, teríamos que aguarda-lo. 
E lá ficamos esperando. 

Mais logo nos primeiros minutos, já chegaram os seguranças da rua. Nos abordaram pedindo o que nós estávamos fazendo. Como se a rua não fosse publica e nós tivemos a obrigação de dar alguma satisfação. Mas mesmo assim, muito educadamente, dissemos que estávamos quebrados esperando o reboque.
Não deu meia hora, "por acaso" chegou uma viatura da policia, novamente fomos abordados, pediram nossos documentos pessoais, e da kombi.  Checaram que não havia nenhuma irregularidade, a não ser a kombi estar quebrada. E foram embora.

Nossa, na hora ficamos muito chateados, foi muito chato mesmo a situação. Parecíamos os maiores criminosos da cidade. Eu até agora não entendo o que passou pela cabeça dessa galera. Será que pensaram que iriamos assaltar as casas com uma kombi toda grafitada, com os dizeres Arte, Cultura Brasil? Ainda mais dois dreadsloks e um cachorro??? Quase não chama atenção, né?  Poxa, acho que se fossemos assaltantes seriamos mais discretos, não??? 

Novamente os vigilantes da rua voltaram dizendo que não havia sido eles que nos denunciaram que havia sido os moradores.
Continuamos aguardando.
Mais meia hora se passou e agora quem chega??? O encarregado dos seguranças da rua.
Pela terceira vez fomos abordados, repetimos tudo que já havíamos dito, que estávamos quebrados esperando o reboque.
Eu só sei que nessa altura do campeonato já não estávamos mais com paciência e acabamos batendo boca com o cara. Ele ameaçou chamar o dono da empresa que por acaso, era da policia. Foi assim:
- Vocês querem que eu chame meu chefe?? Vai ser pior pra vocês...

Então falamos para ele chamar porque não íamos ficar batendo boca com ele.
Dito e feito, em quinze minutos, estava na nossa frente o tal chefe. Era um sábado a tarde e ele não devia a de serviço, pois estava com a esposa e uma poodle. Não preciso nem dizer que o Dudu se apaixonou pela cachorra do tal chefe.

(Nesse momento chega o Micrão e o Alan(outro amigão nosso). Enfim, nosso reboque!

E mesmo assim pela quarta vez, fomos abordados. A primeira coisa que ele nos falou foi:
- O que está acontecendo aqui??? Posso ajudar?
A nossa resposta foi:
- Se o senhor for mecânico, pode. Caso ao contrario, não temos nenhum problema.

Então ele pediu nossos documentos, pediu para ver o que havia dentro da kombi. 
Verificou-se  que não havia nada dentro da kombi além das doações.

O tal chefe nos pediu desculpas, dizendo que tomaria as providências necessárias com sua equipe. Não ficamos sabendo se ele realmente levou uma ideia com a equipe dele. Mas educação e respeito é essencial a qualquer ser humano.
Em seguida, os meninos logo trataram de amarrar as cordas na caminhonete e na komboza. 
E fomos embora.

Agora eu fico pensando. Será que se fosse um carro importado? Eles passariam pelo mesmo problema???

Então, eu não preciso dizer mais nada, né. A historia fala por si só. 












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