terça-feira, 1 de março de 2016

CAROLINA DE JESUS

Carolina Maria de Jesus mineira, nasceu numa comunidade rural. Aos sete anos, sua mãe forçou-a a frequentar a escola depois que a esposa de um rico fazendeiro decidiu pagar os estudos dela e de outras crianças pobres do bairro. Mesmo não dando continuidade aos estudos, Carolina aprendeu a ler e escrever.

Após a morte de sua mãe e ela se viu empurrada a migrar-se para São Paulo. Sua casa construida por madeira, latas, papelões e tudo mais que encotrava em suas coletas pela cidade foi construida por ela mesma. Ela saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família. E foi nas revistas e cadernos que encontrava por ai que ela começou a escrever sobre seu dia-a-dia, sobre como era morar na favela. 

Em seu diário, ela detalha o cotidiano dos moradores da favela e, sem rodeios, descreve os fatos políticos e sociais que via. Ela escreve sobre como a pobreza e o desespero podem levar pessoas boas a trair seus princípios simplesmente para assim conseguir comida para si e suas famílias.

O diário de Carolina Maria de Jesus foi publicado em agosto de 1960. Ela foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, em abril de 1958. Dantas cobria a abertura de um pequeno parque municipal. Imediatamente após a cerimônia uma gangue de rua chegou e reivindicou a área, perseguindo as crianças. Dantas viu Carolina de pé na beira do local gritando "Saiam ou eu vou colocar vocês no meu livro!" Os intrusos partiram. Dantas perguntou o que ela queria dizer com aquilo. Ela se mostrou tímida no início, mas levou-o até o seu barraco e mostrou-lhe tudo. Ele pediu uma amostra pequena e correu para o jornal. A história de Carolina "eletrizou a cidade" e, em 1960, Quarto de despejo, foi publicado.

Para o ocidente liberal e capitalista, seu primeiro livro retratava um sistema cruel e corrupto reforçado durante séculos por ideais colonizadores presentes nas dinâmicas sociais da população. Já para os leitores comunistas, suas histórias representavam perfeitamente as falhas do sistema capitalista no qual o trabalhador é a parte mais oprimida do sistema econômico.

Pobre e esquecida, Carolina Maria de Jesus morreu em 1977, de insuficiência respiratória, aos 62 anos.

PhCôrtes dá uma aula sobre essa guerreira, assistam:






|Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=FCaKbiEvLVk

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carolina_de_Jesus

Nenhum comentário:

Postar um comentário